terça-feira, 15 de outubro de 2013

Mudanças

Olá, galera! Gostaria de informar que mudamos de endereço. É só clicar aqui e visitar agora o novo blog, com post saído do forno.
Não esqueçam de mim lá, ok?
Paz.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Quão doce o som!

- Shhhhhhhhhhhhhhhhh! Aquiete-se por um instante! Deixa o pensamento fluir calmamente, torna claro o escuro, deixa o coração bater no ritmo certo, dance conforme o ritmo da canção!

Mas... não posso. Tenho que cumprir metas, alcançar objetivos, correr atrás do tempo porque ele não volta ou repete nunca. Preciso sorrir, ser agradável, polida, amável, atenciosa, organizada, cuidadosa, disciplinada. Não tenho tempo para parar. Não posso chorar. Sou proibida de silenciar-me e meditar; de encontrar o caminho que perdi no meio do tumulto de informações, pessoas, acontecimentos.

Percebo que tenho vivido em meio a esse diálogo por muito tempo. Eu não sei o porquê. Preciso acreditar no que Andrew Murray¹ escreve e me agarrar a esta verdade.
"Quanto mais fraco se sente, quanto mais baixo se afunda, [...] mais o poder e a presença de Cristo são sua porção - até, a ele, que nada é, a palavra de seu Senhor trazer continuamente profunda alegria: 'A minha graça te basta'."

Não sei porque o brilho de esperança do futuro tem sido ofuscado em meus olhos; pelo menos não consigo percebê-lo ao olhar para a imagem refletida neste espelho quebrado. Estou cansada. Fatigada. Como ao correr uma maratona sem ter me preparado fisicamente para tal.

Enquanto escrevia esse post sem saber como concluí-lo, assisti, talvez pela sétima vez, o filme Jornada pela Liberdade, que conta a história de William Wilberforce, político britânico que foi o líder do projeto de abolição do tráfico negreiro. Lutou por vinte e seis anos para conseguir a aprovação do projeto pelo Parlamento. Vinte e seis anos. Sua juventude, garra, força e determinação foram gastos no que almejava, naquilo que Deus havia colocado em seu coração.

Sim, admito; chorei ao rever a trajetória deste homem tão incrível. Ele tinha visão. Não possuía apenas um sentimento de solidariedade com relação aos escravos ou acalentava uma esperança de que houvesse uma mudança radical no decorrer do tempo. Wilberforce usou de sua posição como parlamentar e inspirado por Deus, lutou por aqueles que não tinham vozes neste mundo. E simplesmente não desistiu após anos e anos de seu projeto ser negado pelo Conselho devido ao apoio recebido por seu mentor e esposa. É isto que tenho desejado. Visão e paixão por algo inspirado por Deus no qual valha à pena entregar minha juventude, vigor e coração totalmente. E por um mentor, assim como John Newton² foi para Wilberforce, que oriente e me aproxime de Deus e Sua sabedoria.

Não me importo se a vida for curta, difícil ou nebulosa; o Eterno é refúgio secreto e Sua inspiração e presença são suficientes para sobrepor toda escuridão e dúvida. É nesta dança que quero me mover, cantar em alto e bom som a bela melodia entoada pelo Mestre em meu coração. Como diz um pequeno poema, dançarei entre os túmulos até que toda a morte se vá³.

Finalizo com o trecho da tão conhecida música de John Newton, Amazing Grace.

Amazing Grace, how sweet the sound,
That saved a wretch like me!
I once was lost but now am found,
Was blind, but now I see.

Sublime graça, quão doce o som,
que salvou um miserável como eu!
Já estive perdido, mas agora fui encontrado.
Estive cego, mas agora posso enxergar.

Que Ele nos faça enxergar.




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¹ Andrew Murray em Humildade.
² John Newton, ex-traficante de escravos redimido por Cristo que orientou William Wilberforce e o levou a conhecer Cristo e a sua causa a lutar.
³ Stephanie Grace Whitson.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

a Paz que excede todo o entendimento

"Me fiz em mil pedaços pra você juntar.
E queria sempre achar explicação pro que eu sentia.
Como um anjo caído fiz questão de esquecer 
que mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira.
Mas não sou mais tão criança a ponto de saber tudo.

Já não me preocupo se eu não sei porquê.
Às vezes, o que eu vejo, quase ninguém vê
e eu sei que você sabe, quase sem querer,
que eu quero o mesmo que você."
Quase sem querer - Legião Urbana

Engraçado como sempre tento explicar o que estou sentindo e o porquê também. Tudo sem nenhum sucesso pois nada acaba, sempre sobrando várias "pontas soltas", dúvidas, medos e temores.
Não digo que meus medos passaram, meus questionamentos foram respondidos ou minha aflição - que me atormenta às vezes - desvaneceu-se. Entretanto, o Eterno me deu um de seus presentes especiais na semana passada e não poderia por hipótese alguma deixar de registrá-lo aqui.

O nome dela é Marina e foi amor à primeira vista. Ela tem 12 anos e é linda! Tem sobrancelhas espessas, um sorriso cativante e cabelos encaracolados encantadores. Seus olhos castanhos de cílios grandes permeiam todos os lugares em que se encontra e, ao meu ver, aprecia muito as pessoas que a rodeiam.

A única coisa que vi nesta mocinha - além de sua beleza que reafirmei repetidamente - foi a Paz que excede todo o entendimento. PAZ. Aquela coisa que perseguimos a cada instante, juntamente com a felicidade e realização pessoal. Tateamos insistentemente na escuridão de nossa alma amargurada à procura de Algo que nos leve à calmaria e paz de espírito. 

Por vezes, pensamos que o sucesso terá como consequência este dom de leveza interior. Talvez nossos relacionamentos pessoais, igreja ou bens........e a lista vai aumentando sem levar a lugar nenhum a não ser à decepção, quebra de laços de ternura e um sentimento de vazio infinito e sufocante.

Porém esta simples menina que não anda, fala ou faz qualquer coisa sozinha transmite Paz apenas pelo seu olhar. É algo contagiante e perturbador ao notar o quanto nós complicamos nossos corações e mentes à toa. A vida dela faz sentido mesmo com toda a dificuldade e dor. E por que não a nossa também faria? Por que ficar buscando incansavelmente ter tudo resolvido no interior?

O tudo nunca estará resolvido, amigos. NUNCA. O mistério se revelará apenas quando não existir o respirar, sorrisos contagiantes e lágrimas. Quando não houver o caminhar ao pôr do Sol, o barulho dos grilos, a beleza das estrelas e o luar. Quando a vida se apagar e tiver seu fim de jornada escrito pelos dedos do Eterno, tudo fará sentido. Que o Eterno sempre moveu tudo aqui debaixo do Sol com seu espectro amplo de cores e nos deu a Paz que excede todo o entendimento, questionamentos e tristezas. Vamos nos agarrar a Ele, o Doador da Paz, Amor e Esperança e viver verdadeiramente!
Deixo-lhes a paz; a minha paz lhes dou. Não a dou como o mundo a dá. Não se perturbem os seus corações, nem tenham medo. João 14:27





segunda-feira, 13 de maio de 2013

seja minha visão

Já passei pelo estágio de estar completamente atormentada pela escuridão completamente palpável e penetradora que me persegue. Avancei a fase da indiferença através do pensamento corriqueiro "Isso não é problema meu", como se servisse de algum consolo ou se tornasse realidade de alguma forma. Decidi também forçar o Eterno a pressionar o interruptor espalhando a Luz ao meu redor, desgrudar meus cílios para que avistar e se maravilhar fosse possível.

Eu e minha terrível mania de controle tentamos repetidamente parecer bonitas, impecáveis e humildes para o Grande Deus; entretanto, em questão de horas, tudo se dissolvia como névoa, pairando um frio gelado em meu interior escurecido e rústico, tornando-se um lugar insuportável para se fazer morada e aconchegar-se.

Então, após todas as tentativas e etapas vividas, descobri que mesmo na escuridão e silêncio sepulcral eu posso ouvi-Lo. Deus trouxe o Seu Espírito a Terra justamente para nos acompanhar, orientar e levar nossas orações ao Pai.
Mas o Conselheiro, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, lhes ensinará todas as coisas e lhes fará lembrar tudo o que eu lhes disse. João 14.26
Ter experiências com Deus são incríveis pois elas nos lembram depois do que Ele disse exclusivamente para nós. É lindo, poderoso, misterioso e esplêndido! Porém, assim como o amor humano é provado durante a escassez, ausência e miséria, só poderemos amadurecer e sermos aperfeiçoados no Amor Ágape quando não tivermos nada em nossas mãos e mentes a não ser a confiança no Mestre.

O livro A Assinatura de Jesus de Brennan Manning descreve este processo por meio de uma metáfora muito interessante.
"O que vem à mente é a imagem de um galho mergulhado diversas vezes no fogo. À medida que o fogo tosta a madeira, ele queima todas as seivas e sucos naturais próprios da madeira. Num primeiro momento a madeira fica carbonizada e feia. Cada vez que o galho é jogado no fogo a depuração continua. Finalmente, quando toda a seiva natural que havia resistido à ação do fogo é queimada, a madeira assume as qualidades do próprio fogo e incandesce."
Então, o breu e a essência de morte é um bom sinal! O Filho de Deus está sobre nós e responde muito bem nossas orações para sermos parecidos com Ele e de tomarmos nossa cruz. Se Cristo sofreu ao sentir essa escuridão devido aos nossos pecados no Calvário, por que não passaríamos pelo mesmo processo? Mas Deus continua ao lado, mesmo nós não O enxergando. O Pai nos lapida amavelmente, moldando nosso caráter e limpando nosso coração para trazer vida abundante - para trazer Sua essência e Luz a nós.

Glória a Cristo Jesus pela escuridão! Posso não enxergar por muitas vezes as bolhas de sabão ao meu redor, entretanto sinto seu frescor ao tocar minha pele e a alegria que elas transmitem. Confio que Sua mente me guiará ao oásis em meio a este deserto e à primavera neste inverno rigoroso sem vida. Ele nos deu de Si mesmo - o Espírito Santo. E isso basta. É suficiente.

"Tu és minha melhor meditação, seja dia ou noite.
Vigilante ou adormecida, sua presença é a minha Luz.
Seja minha visão, oh Senhor do meu coração.
Seja minha visão, Senhor, eternamente. Amém.
Tu és a minha verdadeira palavra, para sempre comigo.
Eu permaneço em você, tu moras dentro de mim.
Seja minha sabedoria, oh Senhor do meu coração.
Seja minha sabedoria, Senhor. Eternamente.
Riquezas não preciso, nem elogios vazios dos homens.
Você é minha herança agora e eternamente!" Amber Brooks


quinta-feira, 4 de abril de 2013

Procurando por bolhas de sabão

Meu coração quase pulou agora. Há muito tempo não sentia isso. Algo parecido com um assombro maravilhoso e um cobertor junto à lareira. Algo semelhante a um amor eterno. Mesmo que não tenha durado mais que alguns segundos antes de volver meus olhos para os aspectos cinzentos do meu coração novamente, parece que uma parte de mim começou a viver novamente.

Outro dia, conheci um menininho que me fez refletir sobre a falta de cores em minha vida interior. Estávamos no ônibus e ele tentava abrir uma espada de brinquedo; com suas mãos suaves, gorduchas e curiosíssimas, sem obter sucesso algum. Seu pai relatou que ele não desistia de tentar de tudo sozinho antes de pedir ajuda. O pequenino já tinha um senso de independência um pouco anormal para seus dois anos de idade.
Finalmente, se rendeu e pediu ao papai para abrir a espada que servia como um abrigo de surpresas
incomparáveis aos seus olhos inocentes: bolhas de sabão. Ao sopro de seu pai eram formadas muitas, mas tantas bolhas de sabão, que o menininho quase não se continha de tanta felicidade e contentamento. Seguia umas com o olhar, já outras tentava alcançar...enquanto segurava o rosto de seu pai e gargalhava com alegria sem fim.
Ele estava feliz, no pleno e completo sentido da palavra. Amava seu pai, mas estava radiante por este ter fôlego o suficiente para fazer quantas bolhas de sabão desejasse. O pequeno não sabia abrir a espada e também não tinha a habilidade de soprar para formar tantas bolhas quanto seu pai; entretanto, isto não fazia diferença. O que importava era a companhia de seu pai e as bolhas de sabão. Senti inveja. E vontade de voltar ao tempo que eu não ligava para mais nada a não ser bolhas de sabão e a companhia do Papai. 
Percebi um buraco em meu coração se aprofundar ao lembrar de perguntas urgentes não respondidas, pessoas de suprema importância não mais presentes e meu coração superlotado de lembranças atormentadoras de tão belas, puras e singelas. Segurei minhas lágrimas e sorri para o pequenino que nunca ficará ciente de tantos sentimentos despertados em mim em meio a sua inocência.
Quando a vida ficou tão complicada? Quando paramos de notar a beleza de bolhas de sabão, de um sorriso sincero e um coração vulnerável? Por que eu me agarro justamente à ausência, tristeza e questionamentos? Depois que crescemos, gostamos de incrementar nossos relacionamentos e descansos de alma com dúvidas, medo e decepção. Não procuramos por bolhas de sabão, mas sim qual defeito comprometerá no futuro a aliança de amizade que temos agora.

"Vocês não percebem nada? Não prestam atenção?O Eterno não vem e vai. Ele permanece.Ele é o Criador de tudo que vocês veem e conseguem imaginar.Ele não entra em estafa, não faz intervalo para recuperar o fôlego.Ele conhece tudo, nos mínimos detalhes.Ele fortalece os que estão cansados, renova as forças dos que desistiram.Pois até os jovens se cansam e desistem,os jovens na flor da idade tropeçam e caem.Mas os que esperam no Eterno renovam as suas forças.Abrem as asas e voam alto como águias,Correm e não se cansam,andam e não ficam exaustos." Isaías 40. 28-31 (MSG)

Entretanto, Deus é simples e direto. Ele fala que permanece, e é justamente isso que Ele faz. O amor dEle não oscila juntamente com o nosso humor (e fico imensamente grata por isso). Ele permanece. E ainda sopra muitas bolhinhas de sabão que passam imperceptivelmente pela nossa vista devido ao nosso olhar cabisbaixo e desfocado e sem esperança.

Deixemos de lado nossos pesares e sofrimentos. Chega de corações enegrecidos e consumidos pela culpa e autocompaixão. Voltemos nossos olhares para as cores e bolhas que nos são apresentadas. Vamos sentar acalentando a esperança preciosa e esperar pelo colo do Pai que cura as feridas da nossa alma causadas pela vida e por nós mesmos. A aliança com Ele tem a durabilidade de Sua própria existência: é eterna. Descansemos nosso coração nesta Verdade, no nosso Abba.


"Eu sei que ainda não chegamos em casa, baby. Mas vamos deixar nossas esperanças prevalecerem sobre os nossos medos.Eu jamais abandonarei você. Mesmo em sua dor você não está sozinho!"

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

onde ela é fraca, fortaleça-a.



D O R. Uma sensação única que traz à tona toda a essência de um ser. 
Arranca a beleza dos olhos e a paz do coração. 
Multiplica-se o pesar na alma e o espírito é perturbado.
Os olhos, sem brilho agora, não enxergam nada mais que a completa escuridão.
Estão perdidos, procurando por um foco de Luz, reflexo de um raio de Sol ou por alguém que saiba o caminho para a claridade. 
Suas mãos machucadas, vermelhas, com unhas corroídas e sangrando mostram o desespero de seu interior, procuram por uma saída, tateando todas as frestas da caverna que se encontra o Coração. 
Este órgão, essencial para a Vida, está quase morto, afogando-se em sua própria dor e sofrimento, desejando desistir de tudo o que algum dia almejou. Desistindo das esperanças, prazeres e sonhos.
É isto que a dor causa.

Eu nunca senti dor. Jamais me desesperei ao ponto de pensar em desistir. Nunca não recebi ajuda e consolo. Eu jamais estive em uma escuridão completa na qual não houvesse ninguém para me socorrer, abrigar minhas lágrimas e sussurrar esperanças e céus azuis em meus ouvidos nos dias em que a chuva tamborilava insistentemente em minha janela. Nunca senti a dor de ser abandonada, envergonhada, ridicularizada.

Acho que é por isso que não consigo ser a pessoa que está atenta aos pedidos de ajuda dos outros. Não protejo ninguém na hora da tempestade, não abrigo meus irmãos em meus braços e não vejo os olhos que gritam por socorro e suas lágrimas a cair constantemente por onde passam. Eu não enxergo.

A única coisa que tenho percebido sou eu, sem ao menos notar quantos degraus de orgulho eu subi quando parei de olhar para o Único e mirar-me no centro. Quando pensei em como preencher meu tempo - como se fosse realmente meu -, minha vida, meu coração. Ao olhar pra terra seca aos meus pés e uma grama verde ao lado, pensei que já havia chegado ao local que me era destinado.

Entretanto, assim que examinei todo o contexto, me vi em um precipício. O precipício no qual eu jogava todos aqueles que achei que eram menores e mais errados que eu. Os que vi apresentando um cisco no olho, sem ao menos notar a torre incrustada em meu cérebro que tapa minha vista, coração e percepção. Os que julguei por uma situação, sem querer conhecer mais de suas vidas, dilemas e tristezas. Cortei fora de minha vida aqueles que não pensavam como eu, discordavam de mim ou não amavam as mesmas coisas. Porém, notei agora que eu cortei o meu próprio Corpo. Na verdade, o Corpo dEle, ao qual faço parte apenas pela misericórdia não por merecimento.

Só tenho apenas um desejo. Eu quero enxergar.