domingo, 22 de julho de 2012

Criação

Extraído de Robin Stratton, O.C.D., "Creation".

Alguém disse, cantou ou viveu certa vez:

"Você não é ninguém até que alguém o ame". 
É verdade.


Continuamos a ser pessoas sem importância,
verdadeiros joões-ninguém,
sem um momento todo nosso
sem um espaço todo nosso
sem emoções
completamente ineficazes,
enquanto não somos amados.


Então chega uma pessoa ao nosso lado,
e tudo tem o seu começo.
Eu começo.


Pois percebo que não sou apenas uma invenção da minha imaginação.
Somente quando enxergo o brilho nos olhos de alguém
é que sei que estou em chamas.
Somente quando vejo a explosão na vida de alguém
é que enxergo o poder que eu mesmo tenho.


Então é somente nesse momento que posso dizer:
"Olha só! Quem diria?!"


Tantas vezes enrolamos nossas virtudes, qualidades, talentos,
enrolamos quem somos ao nosso redor,
enrolamos e enrolamos,
espiando para fora de vez em quando,
meio que confusos e receosos
por não termos certeza do que estamos fazendo.
Não podemos ver nenhum reflexo de quem somos em outra pessoa.


Então o casulo se rompe,
e alguém espreita para dentro e diz: "Olá".
E então tudo passa a ser verdade,
porque ele se acha nas mãos de outra pessoa.


De repente quem somos existe fora do casulo
fora de nós.
Lá está:
podemos ver,
sentir seu poder,
observar sua influência.
E é maravilhoso olhar para nós mesmos de fora para dentro.


O que você faz?
Você ri
ou grita
ou canta
ou dá a si mesmo um aperto de mãos?


Você abraça esse acontecimento abençoado
ou simplesmente anda ao redor, sacudindo a cabeça?


Você faz tudo isso e muito mais até que lhe ocorra o seguinte pensamento:
Por isso Jesus é meu irmão e Senhor!
Porque ele me ama.
Um eu somente aqui
Um eu somente de matéria física
ou mesmo um eu de matéria animada
não é muito um eu.


Mas quando ele olha para dentro de si e diz: "Oi".
Quando ele toma esse "quem somos",
o examina, realmente olha por todo ele e diz:
"Eu o amo".
Então eu tenho um eu que é a existência de uma vida real.
Então eu tenho tempo
Então eu tenho espaço
Então estou vivo.


Por isso Deus disse:
"Serás meu povo, minha noiva, minha vinha, a menina dos meus olhos".


Quando ele nos amou,
começamos a existir como novas criações,
como pessoas, não como coisas.


O Evangelho diz:
"Você deve ser como seu irmão Jesus". 
Bem, então...


Vá amar alguém
Vá criar alguém
Vá dar a vida a alguém
Que vejam o quem somos deles em você!


"Por isso todos saberão que vocês são meus discípulos
se amarem...
Os dois maiores são 
amar a Deus
amar o próximo".


E se for o caso de ser justamente o contrário?
E se eu der existência a Deus
pela medida em que o amo?


E de fato, de algum modo,
ele não tem tempo
ele não tem espaço
ele não tem influência
ele não tem emoção
enquanto eu não o amar
se eu não o amar e
à medida que eu não o amar.


Talvez eu não possa expressar tudo isso em palavras,
mas lá no fundo, que é onde importa,
eu sei.


Eu sei quando ele existe
e quando ele é a criação da minha imaginação.
É quando me recuso o deixar que ele me ame.
No isolamento
e no egocentrismo
do pecado e da situação pecaminosa
eu sei que ele está morto.
Não há nenhuma vida aqui
nem humana, nem divina.


Será por isso (a verdadeira razão) que ele foi crucificado?
Ele não estava morto bem antes do Calvário?
Quando os homens se recusaram a amá-lo - 
se recusaram a aceitar seu tipo de criação?


E de fato agora - na situação sem amor
                                na situação fechada
                                na situação de ódio
                                você não consegue enxergar o pequeno
              Calvário?

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