quarta-feira, 13 de junho de 2012

O cavaleiro e o mendigo


Era uma vez um mendigo com seu pote meio-cheio-meio-vazio aos seus pés. Certo homem, montado em um cavalo branco, passava por uma simples ruela em um distante povoado, quando avistou este sem-teto. Não podendo aquietar-se, desceu de seu cavalo e direcionou-se ao moribundo e seu pote.

‘Não posso deixar este homem aqui’, pensou. ‘Tenho toda comida e prazer que desejo, conforto e roupas que necessito. Por que ele não pode possuir o mesmo que eu? Em que exatamente somos diferentes?’

Enquanto isto, o homem esperava o tilintar da moeda em seu pote. Entretanto, passado um longo momento de silêncio, as botas do cavaleiro permaneciam estáticas. O mendigo então ergueu seus olhos e viu um sorriso estampado na face do nobre homem que o observava. ‘Venha comigo’, disse o homem, estendendo-lhe a mão. ‘Ofereço-te moradia, roupas, comida... e o mais importante, um lar. Gostaria de ser seu amigo.’

O homem deixa-se levar, pois encontrava-se sem palavras diante de tal oferta. Chega à casa do bom e nobre cavaleiro e descobre então que trata-se do palácio do rei de toda a nação. O rei lhe dará alimento e roupas. O rei deseja ser seu amigo. Não, isso não é possível. Ao chegar, o próprio rei o entrega roupas, mostra onde fica a cozinha e diz que o está esperando na sala de estar, para conversarem e compartilharem suas vidas; já que têm tanto a contar um ao outro.

Entretanto o mendigo não se sente merecedor disto. Afinal, ele acabou naquela ruela por uma razão. Era alcoólatra, então gastava todo o dinheiro de sua família em bebidas. Traiu a única pessoa que o amava – sua esposa. Espancou seus filhos, abandonou seus idosos pais e abusou de sua sobrinha. Era justo que vivesse como estava vivendo. Na verdade, estava excelente, pois vivendo daquele jeito ele sentia que estava pagando por toda dor tinha causado aos outros, pessoas que algum dia o amaram e o fizeram se sentir em casa.

Não, ele não carregaria a culpa relacionada a qualquer outra pessoa a mais agora. Sendo assim, contou ao rei tudo o que tinha feito durante sua vida. Todos os sonhos que frustrou, todas as aspirações que silenciou, todo amor que fez dissipar. E o rei apenas sorriu.

‘Você se arrepende do que fe,z senhor?’ disse. E o moribundo responde entre lágrimas: ‘A cada segundo de minha vida eu me arrependo pela dor que causei aos outros, e peço que eu sofra cada vez mais por isso. Por isso não posso ficar aqui. Obrigada pela hospitalidade e pelo bom coração, apenas não desejo quebrar outro.’

Então algo inesperado acontece. O rei senta-se ao seu lado e diz aquilo que ele desejou ouvir de sua esposa e familiares há muitos anos. ‘Você está perdoado. Sinta-se à vontade em minha casa. Tudo o que tenho é seu, e eu realmente desejo ser seu amigo. Você pode ter uma nova vida aqui, pode ser plenamente feliz.’

O mendigo insiste em ir embora, mas o rei não deixa. Tranca o palácio dizendo que o homem não está sendo sábio. Entrega novamente suas roupas novas e seu anel real, retirando-se para seus aposentos e esperando que com o tempo o seu novo companheiro mude de ideia. O antigo sem-teto agora tem um lar, um amigo, alimento e roupas novas. Porém ele realiza somente um gesto. Deita-se no chão frio, no canto da sala de estar, ao lado do seu pote de moedas.

Sinto como se eu estivesse agindo assim durante muito tempo. Deus me oferece não apenas o seu amor, mas demonstra-o dando-me o Seu filho, sua criação para desfrutar e sua amizade como promessa. Ele demonstra seu completo interesse por mim, e seu pleno cuidado; mas sinto-me tão culpada por minhas falhas e defeitos, que não desejo desapontá-lo mais uma vez.

Entretanto, Ele sabe de tudo que acontece e acontecerá. E mesmo assim, Seu filho que se ofereceu em sacrífico por mim diz: “Eu o amei da maneira que meu Pai me amou. Sinta-se em casa no meu amor.” (João 15.9, MSG) Sinta-se em casa. Sinta-se em casa. Seja você mesmo NO MEU AMOR. Ele é mais do que suficiente.

O não aceitar completo do amor INCONDICIONAL de Deus, o andar sem rumo como mendigo em um palácio aconchegante traz muito sofrimento; principalmente para o cavaleiro que deseja um amigo verdadeiro. O que Ele necessita é apenas um voto de confiança de que a vida será muito mais alegre e verdadeiramente plena se os dois puderem desfrutar um da vida do outro.

O cavaleiro da armadura brilhante e do cavalo branco sabe quem realmente sou e mesmo assim anuncia: “Tu és toda linda, amada minha! Em ti não há defeito algum!” (Cantares 4.7). Ele não é cego aos problemas que causei na vida, e não me isenta da responsabilidade para com estes. Ele me purifica e lava em Seu puro amor e sangue. “Roubaste-me o coração, minha irmã, noiva minha. Roubaste-me o coração com um simples olhar.” (Cantares 4.9a)
Então, por que esperar mais tempo com as roupas imundas, estômago vazio e coração corroído pela culpa que consome toda parte do meu ser?

“O meu amado me fala assim: Levanta-te, minha amada, minha bela, e vem. Olha e vê que o inverno já passou; a chuva cessou e já se foi. Aparecem as flores na terra; chegou o tempo de cantar; e já se ouve o arrulhar da rolinha em nossa terra. A figueira começa a dar os seus primeiros figos; as vinhas estão em flor e espalham a sua fragrância. Levanta-te, minha amada, minha bela, e vem. Pomba minha, que andas pelas fendas da rocha, nos esconderijos, nas encostas dos montes, mostra-me o teu rosto, deixa-me ouvir a tua voz; pois a tua voz é doce, e o teu rosto é lindo.” Cantares 2.10-14
"Eu fui afortunado recebendo a segunda chance; eu conheço a razão por qual todos nós deveríamos dançar. Eu já vi o fim e tudo que você deve fazer é sempre ser verdadeiro. Eu sempre estarei com você.

Até que saibamos a dor de um coração partido,não podemos caminhar através dos incêndios que não iniciamos. Apenas aguente firme na maneira em que está esta noite, e aprenda a amar através da escuridão e da luz. Eu estou do seu lado."
Learn to love, NEEDTOBREATHE.

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